1993: Ano Internacional dos Povos Indígenas do Mundo

1995 / 2004: Primeira Década Internacional dos Povos Indígenas

2005 / 2014: Segunda Década Internacional dos Povos Indígenas

2019: Ano Internacional das Línguas Indígenas

2020: Ano Internacional da Saúde Vegetal


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Bonecas Karajá: patrimônio cultural brasileiro

Imagem extraaída do MEC/Portal do professor


Foi aprovado pelo Conselho Consultivo, em Brasília, o mais novo patrimônio cultural brasileiro.

          As Bonecas Karajá acabam de entrar para a lista dos bens registrados como Patrimônio Cultural Brasileiro. Nesta quarta-feira, 25, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, reunido em Brasília, aprovou o Ofício e os Modos de Fazer essas obras de arte, que, além de serem uma referência cultural nas aldeias indígenas, representam, muitas vezes, a única fonte de renda das famílias.

          O conselho, formado por 22 especialistas de diversas áreas, é presidido por Luiz Fernando de Almeida, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura.  Todos os processos de tombamento e registro são avaliados pelo conselho.

          A proposta referente às bonecas Karajá foi apresentada ao Iphan pelas lideranças indígenas das aldeias Buridina e Bdè-Burè, localizadas em Aruanã, Goiás – GO, e das aldeias Santa Isabel do Morro, Watau e Werebia, localizadas na Ilha do Bananal, Tocantins – TO, com anuência de membros das aldeias Buridina, Bdè-Burè e Santa Isabel do Morro.
Bens protegidos
        
          O registro foi comemorado. Luiz Fernando de Almeida, por exemplo, que preside o Iphan, ressaltou o  trabalho do órgão de ampliar o número de bens protegidos em todo o país e de alterar a interpretação do que é patrimônio cultural. Para ele, o registro do Ofício e dos Modos de Fazer as Bonecas Karajá “representa uma dimensão de reconhecimento como patrimônio a cultura de comunidades indígenas, como o povo Karajá, ainda pouco conhecida, mas que é fundamental dentro do processo de formação do nós somos do povo brasileiro”.

          O projeto Bonecas Karajá: Arte, Memória e Identidade Indígena no Araguaia foi iniciado em 2009 e vem sendo supervisionado pelo Departamento de Patrimônio Imaterial – DPI/Iphan e coordenado pela Superintendência do Iphan em Goiás, que privilegiou o estudo dos aspectos imateriais das bonecas Karajá. As pesquisas para identificar e documentar o ofício, os modos de fazer e as formas de expressão que envolvem a produção das bonecas Karajá foram realizadas com a comunidade nas aldeias Buridina Mahãdu e Bdé-Buré, em Aruanã – GO, e da aldeia de Santa Isabel do Morro, ou Hawalò Mahãdu, na Ilha do Bananal – TO.

          Com o Registro, o Iphan quer estimular a produção das bonecas entre as mulheres Karajá, possibilitando o crescimento das condições de autonomia das ceramistas frente às demandas externas e, ainda, fortalecer os mecanismos de reafirmação da identidade Karajá.


 Fonte: Ascom/Iphan

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Especial de Literatura Indígena na Revista Continente


          A edição mais recente da Revista Continente (n. 133, Ano XII, jan.2012) traz uma reportagem especial a respeito da Literatura Indígena. A matéria (Literatura – encontro entre oralidade e memória de uma nação) é assinada pela jornalista Isabelle Câmara. A capa é ilustrada por Maurício Negro; conforme suas declarações à revista, sua ilustração é uma homenagem aos Kambiwá – povo indígena do sertão pernambucano que se veste de fibra de caroá para participar do ritual do praiá.


          A reportagem destaca a atuação de Nhenety Karirio-xocó junto à rede Índios Online; uma rede voltada para o diálogo entre os povos indígenas. Outra Ong indígena apresentada na matéria é a Thydêwá – por meio da qual os indígenas do Nordeste lançaram o vídeo duplo “Celulares indígenas” e  “Indígenas digitais” e o livro “Somos patrimônio - índios na visão dos índios”. A matéria também focaliza o livro “Filhos da mãe natureza”, do povo Xucuru (PE); “Caminhando pela história pataxó”, de Katão Pataxó (BA) e o pensamento de Marcos Terena – uma das lideranças mais respeitadas no país e articulador dos direitos indígenas. Terena é coautor do livro: O índio aviador. Segundo Terena, “cada índio escreve segundo a sua etnia, sua identidade” (CONTINENTE, p. 28); ele ressalta que os livros que escrevemos servem para todos os indígenas.

          Tive a oportunidade de trocar muitas ideias com Isabelle, de maneira que o nosso diálogo se transforma  em várias passagens de sua reportagem com referência ao meu pensamento em torno da literatura indígena. A matéria também cita outros escritores indígenas e algumas de suas obras: Ely Macuxi (Ipaty: o curumim da selva); Olivio Jekupé (Tekoa, conhecendo uma aldeia indígena); Eliane Potiguara (Metade cara, metade máscara), Sulamy Kati (Nós somos só filhos); Tiago Hakiy (Awyató-Pó, histórias indígenas para crianças); Vãgri Kaigand (Jóty, o tamanduá); Arthur Shaker (Por dentro do escuro); Povo Cariri (Mãe D’Água, uma história dos cariris) e várias obras de Daniel Munduruku que em sua entrevista afirma que em nossa literatura indígena  “o repertório das histórias é inesgotável” (CONTINENTE, p.30).

          Para concluir este meu pequeno comentário em torno da reportagem especial da Revista Continente, gostaria de reiterar algumas palavras que declarei à jornalista Isabelle. Quando ela me perguntou sobre a designação de literatura indígena, respondi que a nossa literatura indígena é tão universal quanto a literatura brasileira, portuguesa, hispânica, entre outras manifestações artísticas. A designação indígena, nativa, periférica ou  minorias não aumenta ou diminui a noção estética; mas aguça  a noção de resistência, de identidade.


Nordeste do Brasil, verão  de 2012.
Graça Graúna

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Rap indígena no Fórum Social Temático 2012

Imagem extraída do site: http://www.vermelho.org.br/


O primeiro grupo de rap indígena do Brasil, o Brô MCs, se apresentará no dia 26 de janeiro durante o Fórum Social Temático (FST) 2012, em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre (RS), às 21h. Os rappers farão a Ópera Rap Global, uma releitura do livro Rap Global, do sociólogo português Boaventura de Souza Santos. Em entrevista à Central Únical de Favelas (Cufa), eles contam como o grupo surgiu.

Para saber mais, acesse o link: