1993: Ano Internacional dos Povos Indígenas do Mundo

1995 / 2004: Primeira Década Internacional dos Povos Indígenas

2005 / 2014: Segunda Década Internacional dos Povos Indígenas

2019: Ano Internacional das Línguas Indígenas

2020: Ano Internacional da Saúde Vegetal


terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Abralic 2019. Simpósio Poéticas indígenas em foco





Abralic. Imagem extraída do Google

XVI CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Brasília, UNB, 2019
Resumo do Simpósio n. 86


POÉTICAS INDÍGENAS EM FOCO

Coordenação:  Profª. Drª Graça Graúna (UPE); Profª. Drª Maria Silvia Cintra Martins (UFSCar)


O tema deste Simpósio reafirma o nosso compromisso com a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, aprovada em 2007, ao convocar a comunidade internacional a se mobilizar para assegurar total respeito pela dignidade, pelo bem-estar e pelas liberdades fundamentais dos povos indígenas. O foco do Simpósio trata das poéticas indígenas em suas diferentes manifestações. Nesta perspectiva, serão bem-vindos trabalhos em torno da literatura e das artes indígenas em geral, incluindo o cinema, as cantorias, a contação de histórias, a pintura corporal, a dança, a música, os cantos xamânicos, o ato de declamar, o grafismo rupestre e o grafismo urbano de autoria indígena, entre outras artes visuais. Sendo o congresso da ABRALIC de teor acadêmico, serão bem-vindos, de toda maneira, trabalhos que se façam acompanhar de performances ou representações. Além disso, em se tratando das artes indígenas, que possuem, por natureza, viés transdisciplinar, também será possível e desejável que temáticas como as dos direitos de indígenas sejam abordadas, conjuntamente à temática das poéticas indígenas. Um exemplo da poética indígena reside no poema declamado por Ailton Krenak (liderança indígena) no dia 3 de agosto de 2018, durante uma roda de conversa sobre literatura indígena, no Congresso da ABRALIC, em Uberlândia/MG; trata-se do poema “Continuum”, que ele escreveu em 2005, na Serra do Cipó/MG. Continuum também pode ser o conjunto de acontecimentos sequenciais e ininterruptos, tais como sugerem as reflexões da ABRALIC 2018 acerca de circulação, tramas e sentidos na Literatura. Nesse ritmo, o Simpósio POÉTICAS INDÍGENAS EM FOCO nos aproxima (em vários sentidos): das canoas, dos rios e riachos; das montanhas, das serras; das lutas, dos sonhos; do programa “Voz Indígena” (junto à Rádio UFSCar, da Universidade Federal de São Carlos, que já conta com 65 edições) liderado por João Paulo Riberio (indígena guarani), que, em sua pesquisa de doutorado, propõe a poética do traduzir para o Nheengatu a obra “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, abrindo, com isso, um leque de possibilidades: a valorização e retomada das línguas indígenas; a valorização das culturas indígenas, incluindo-se, nesse caso, o xamanismo, já que o acadêmico guarani propõe que o ato tradutório se dê na esteira das práticas xamânicas, chamando-nos a lembrar a importância do xamã como um tradutor entre mundos;   a revisita da obra de Graciliano Ramos, por meio de uma abordagem que prevê o multinaturalismo e o perspectivismo indígena. O Simpósio também abrange a poética do sonho azul nos versos do mapuche Elicura Chihuailaf. A poética de Elicura denuncia a sua condição de indígena exilado. Na entrevista ao site  Crítica.Cl, ele comenta que apesar do deslocamento,  a poesia revela que a cada dia ele “aprende a apreciar o que significa habitar no meio de uma diversidade tanto na natureza quanto entre os homens”. A percepção do mundo indígena também é notória na poesia charrua de Maria Huebilu a nos lembrar que os ancestrais continuam vivos em nós, assim como a crônica de Severiá Idioriê, entre outros textos escritos por mulheres indígenas no volume 4, da Revista LEETRA Indígena, da UFSCar, em 2014. Desse modo, seguimos, nesta XVI ABRALIC, no continuum – como diria o poeta – entre literatura e outros saberes como sugere a voz da terra na poética indígena. E a propósito do Ano Internacional das Línguas Indígenas – dedicado pela ONU ao ano de 2019 – cabe reiterar o direito de sonhar um mundo melhor; o direito de intuir os sentidos da literatura indígena e tudo que nos aproxime da poesia necessária, como sugere o poética do “Continuum”, no rastro dos nossos ancestrais.

REFERÊNCIAS:

ABRALIC.  Circulação, tramas & sentidos. Congresso Internacional. Uberlândia/MG, 2018.

CHIHUAILAF, Elicura. Sonho azul. Disponível em:  https://issuu.com/grupo. leetra/ docs/ leetra_vol4. Acesso em 05.jan.2019.

CHIHUAILAF, Elicura. Entrevista. Disponível em: http://critica.cl/entrevistas/entrevista-al-poeta-elicura-chihuailaf-“el-estado-protege-saqueo-del-territorio-mapuche” . Acesso em 05.jan.2018

GRAÚNA, Graúna. Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2010.

HUEBILU, Maria. Abuelas. Disponível em: grauna3@gmail.com. Acesso em  05.jan.2019.

IDIORIÊ, Severiá. Quem somos? Para onde vamos? Disponível em:  https://issuu.com/grupo. leetra/ docs/ leetra_vol4. Acesso em 05.jan.2019.

KRENAK, Ailton. Continnum. Poema declamado na Mesa “Vozes ameríndias”, Congresso da Abralic/2018, Uberlândia, MG.

LEETRA Indígena. Volumes 1 a 18. São Carlos: UFSCar/ Grupo de Pesquisa LEETRA. Disponível em: www.leetra.ufscar.br

MARTINS, Maria Sílvia Cintra (Org.). Ensaios em Interculturalidade: Literatura, Cultura e Direitos de Indígenas em época de globalização. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2014.

RIBEIRO, João Paulo. Guia Turístico: Tikanga rikue: uma profética do traduzir. São Carlos: Pedro & João Editores, 2018.


domingo, 27 de janeiro de 2019

Até quando o exílio?

Tragédia ambiental em Brumadinho/MG. Fonte: Google



Até quando o exílio?

... de Minas, a música me faz pensar
que não haverá mais exílio;
porém
que tempo infeliz é este
em que os podres poderes
despejam veneno sobre a Terra?
Alguém ouviu a sirene?
O céu chora!
A Terra treme!
No tsunami de lama
a humanidade é soterrada.
Ligo o rádio, a TV e custo a crer:
meus olhos, meus ouvidos
quase perdem os sentidos.
Custo a crer:
a tragédia parece não ter fim
e mais uma vez
o silêncio da sirene
revela o já visto:
“quem cala consente”
e tudo que fica é o deslugar:
de Bento Rodrigues
a Brumadinho,
mais um triste retrato na parede.
Até quando o exílio?

                                                                
                                                                                                                       Graça Graúna,
                                                                                                                         27.jan.2019


quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

2019: ano internacional das Línguas Indígenas


Fonte: Servindi: Rede de Comunicação Intercultural

          Servindi, 29 de diciembre, 2018.- Con la finalidad de sensibilizar a la sociedad sobre la contribución de las lenguas a la diversidad cultural en el mundo, la Organización de las Naciones Unidas [1] (ONU), declaró el 2019 como el Año Internacional de las Lenguas Indígenas [2]. La decisión surge como respuesta a la desaparición de las lenguas en todo el mundo “a un ritmo alarmante”. Las lenguas indígenas, de acuerdo con la ONU, se desempeñan, entre otras cosas, como instrumentos de depositario de identidad, historia cultural, tradiciones y la memoria únicas de cada persona. Asimismo, las lenguas indígenas son sistemas únicos de conocimiento y comprensión del mundo, facilitan el desarrollo sostenible, inversión, consolidación de la paz y reconciliación. Además, consolidan los derechos humanos fundamentales y las libertades de los pueblos indígenas. Las lenguas también promueven la inclusión social, alfabetización, reducción de la pobreza y la cooperación internacional, así como los valores culturales, diversidad y patrimonio. Cinco áreas clave Durante el Año Internacional de las Lenguas Indígenas, se promoverán las lenguas indígenas en cinco áreas clave, entre ellas el aumento de la comprensión, la reconciliación y la cooperación internacional y la creación de condiciones favorables para el intercambio de conocimientos y la difusión de las buenas prácticas. Del mismo modo, se promoverán la integración de las lenguas indígenas en el establecimiento de normas, el empoderamiento a través de la creación de capacidad y el crecimiento y desarrollo a través de la elaboración de nuevos conocimientos.
          Objetivos principales El Año Internacional de las Lenguas Indígenas enfocará su atención global en los riesgos críticos a los que se enfrentan las lenguas indígenas y su importancia para la reconciliación, la buena gobernanza y la consolidación de la paz. A través de ello se buscará mejorar la calidad de vida, reforzar el diálogo intercultural y reafirmar la continuidad cultural y lingüística.